UM DIA DISTANTE TIVE UM SONHO, CONSEGUIA SALVAR A VIDA DE UM MENINO,BRUNO, NÃO SEI POR QUE O CAHAMAVA ASSIM, MAS NÃO CONSIGO ESQUECER SEU NOME E O AMOR QUE TINHA POR ELE, QUE FOI POR UM MOMENTO MEU FILHO.E LUGAR DO QUAL FALO A SEGUIR É UMA REALIDADE, CHATA E FEIA, NÃO DIREI ONDE É, MAS QUEM ME CONHECE SABE...RSRSRS.
Em um dia qualquer, de qualquer ano, em qualquer estação, sim, tanto faz já que aqui o tempo para a população é sempre o mesmo e as estações não obedecem à natureza, pelo menos aqui em Santana. Lugarzinho pobre, sem saneamento básico, distante da cidade grande e chamado pelo povo da cidade de zona rural, nada tem aqui que alguém possa se divertir, diversão aqui pra quem gosta são os botecos em cada esquina. Os irmãos católicos e “crentes” freqüentam suas igrejas, as duas únicas que aqui existem, também há uma padaria ou pelo menos o que deveria ser uma. Aqui tudo fica esquecido e escondido, atrás da BR, pouca gente sabe que desse lado existe gente, quando o povo vai a algum hospital, distante é claro, e informa o endereço a atendente sempre tem que perguntar: - Ãh, aonde mesmo que você mora?
E neste mesmo lugar, ali, bem ali mesmo, na beira de uma estrada, de fato em uma BR cercada pelo mato, lá no meio daquela movimentada BR estava ele. Bruno, inocente, confuso, mulato, alguns meses, olhos mirando alguém que partia. Mirando sua mãe que ali o deixará a pouco tempo. Mulher magra, branca marcada por sol, desgrenhada. Com aquela feição perturbadora algumas pessoas a viram, (não sei o porquê de estarem ali, pois não é freqüente alguém passar naquele lugar, ainda mais em dia de sol a pino) e ouviram-na dizer raivosamente: - Esse muleque só serve pra dá trabalho, não sei por que tive essa praga, merda de infeliz! Jogando a criança naquela estrada quente. Seu olhar de raiva ao deixar Bruno ali... Ela queria realmente por um fim em tudo.
Naquele instante duas mulheres se aproximaram da BR e vindo ao encontro de Bruno vários carros, uma das mulheres ao ver o menino correu imediatamente para socorrê-lo e como que quisesse fazer milagre, o toma pelos braços arrancando-o daquela estrada e da feroz capota do carro que estava a mínimos metros dele. Não pode e não consegue dizer nada, apenas seu coração fala ao pulsar forte e incessantemente, parecendo querer fugir do peito e abandoná-la. Com grande emoção ela abraça e afaga Bruno, apertando-o contra o peito, entre beijos e múltiplos sinais de afeto.
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