quinta-feira, junho 09, 2011

CONTO: SOLIDÃO A TRÊS...


Ela para em frente à lua, ou será a lua que parou em frente a ela?

Ela olha a grande lua e nela não vê o amor dos amantes, ou a doçura da bela noite, não, ela não vê nada disso, a única coisa que pode enxergar é a solidão. A dor a consome, pois a muito a lua foi para ela doce menina, não carrasca imperdoável.

Ela já olhou a noite com sorrisos nos lábios, com um calor no coração e no corpo inteiro, agora sente frio e dor e tem consigo a lembrança que mais lhe marcou, a lembrança de ter sido deixada no cume da lua, sim a lua estava lá presenciando o “não” que a meiga moça recebera de quem mais amava, e agora nem aquela gigante e intensa moradora dos céus reconhece a mulher amarga que a comtempla, nem a mulher vê com olhos de amor a dominadora das noites. Porém toda a noite as duas tem um encontro no mesmo lugar, na rua, na mesma rua.

A mulher pega o seu banquinho e senta em frente sua casa a relembrar os afáveis momentos com seu ex-amor e a chorar suas angústias olhando para sua algoz. Ambas tentam encontrar uma na outra o que se perdeu. As duas tem uma grande ligação e não se deixam mais, tem como expectadora a simples, incógnita e vivida rua, que nesse momento recebe o nome de rua da amargura...

E todos os dias quando uma aparece no céu, a outra vem sentar à rua e outra a observar as duas... a mulher, a lua e a rua.


CRYS LIRA - VIVENDO...

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