"Há pessoas que querem se apoderar da UEG", diz reitor
Ao comentar a proposta do governo de mudanças na Universidade Estadual de Goiás (UEG), o reitor Luiz Antônio Arantes disse que "lamentavelmente não houve discussões internas" antes da elaboração do relatório. Ele afirma, no entanto, que acredita que, a partir de agora, haverá espaço para o debate com diretores e "as bases" da universidade para apresentação de contrapontos ao governo.
Luiz Antônio não participou da reunião ontem com o governador em exercício, José Eliton, para apresentação do relatório. Ele nega boicote e diz que tinha compromisso em Brasília. Segundo ele, o aviso do encontro só foi feito ontem.
O blog conversou com o reitor sobre as especulações de possível intervenção na UEG. Com mandato até novembro de 2012, Luiz Antônio acusa "motivação política" nas articulações. "A UEG é vitrine, uma grande instituição, que tem poder político. Aí as pessoas querem se apoderar dela", disse. Veja trechos abaixo:
O que o senhor acha das especulações de que pode haver intervenção na UEG?
Eu não tenho receio sobre o que se gasta na universidade. Temos direito a 2% do orçamento e recursos de convênios. Não pago um centavo sem o crivo da Controladoria Interna e autorização da Secretaria da Fazenda. Reitor não trabalha com cheque nem cartão de crédito nem dinheiro. Reitor trabalha com senha eletrônica. Tudo passa pela Sefaz. Fizemos muitos investimentos, atendemos demandas, equipamos muitas unidades. Isso às vezes incomoda. E aí falam em gastos de forma inadequada. Vai lá perguntar ao diretor e ao professor se foi inadequado, se não havia mesmo a necessidade.
O sr. considera que essas acusações vêm de fora da universidade, então?
Só diz isso quem não conhece a instituição. Aí começam a fazer ingerências, a tentar intervir. As contas estão aí disponíveis para todos. Prestamos contas ao TCE. Sempre tem alguém para querer falar em nome do governo e dizer isso.
Mas o sr. acha que há risco de intervenção?
Olha, intervenção é algo muito sério. A Constituição garante autonomia da universidade. Houve eleição, o reitor foi eleito com 62% dos votos. É preciso ter consistência para propor essa medida. Se houvesse elementos consistentes para uma intervenção, não precisariam esperar nove meses. Então estou muito tranquilo. Eles tinham conhecimento das ações da universidade. Então isso só pode ser feito por motivação política. A UEG é vitrine, é uma grande instituição, que tem poder político. Aí há pessoas que querem se apoderar dela. Eu não pago nada se o Tesouro não autorizar. Aí fica a pergunta. Se houve gastos inadequados, por que a Sefaz autorizou?
Insisto, o sr. teme a intervenção e o que fará se for confirmada?
Eu não sei. O governador (Marconi Perillo, PSDB) é muito sensato e já disse publicamente que respeita a gestão democrática na UEG. Ele nos recebeu no Palácio, os diretores, todos nós, e disse que respeita. Não posso falar de possibilidade. Mas a legislação me assegura direitos. Como eu disse, se houvesse elementos consistentes, não precisariam os nove meses. Isso tudo me parece ser para gerar inquietação no seio da UEG. E o que todos queremos é paz, passividade, não no sentido de inércia, mas para garantir as melhores condições para realizarmos um bom trabalho.
A UEG está recebendo os 2% previstos pela Constituição?
O governo solicitou redução de gastos diante das dificuldades financeiras e nós fizemos economia. Hoje recebemos mesada de R$ 1,16 milhão para custeio, mais a folha e os compromissos que fizemos. Recebemos este ano mais ou menos 1,7%, mas há empenho do governo para cumprir os 2%, o que pode ser feito até o fim do ano.
O POPULAR divulgou hoje com exclusividade os detalhes da reforma proposta pelo governo. Leia aqui (para assinantes): http://www.opopular.com.br/cmlink/o-popular/editorias/geral/projeto-muda-estrutura-da-ueg-1.39283
Escrito por
CRYS LIRA - VIVENDO...
A GRAVE CRISE DA UEG PROVOCADA PELO GOVERNADOR MARCONI PERILLO
ResponderExcluirJaneiro – O governador Marconi Perillo viola o Parágrafo Primeiro do Art. 29 do Estatuto da UEG e faz intervenção demitindo arbitrariamente todos os Pró-Reitores da UEG. Esse parágrafo afirma que somente o Reitor pode indicar os seus Pró-Reitores.
Fevereiro – Violando o Art. 59 (que diz “O Reitor e o Vice-Reitor da Universidade Estadual de Goiás serão eleitos, na mesma chapa”) e o Parágrafo Primeiro do Art. 29 do Estatuto da UEG O Governador indica uma cabo eleitoral do PSDB para ser Vice-Reitora da UEG e todos os Pró-Reitores militantes do PSDB, PTB e PHS, e não por indicação do Reitor como acontece em todas as universidades públicas brasileiras.
Março – De forma ILEGAL o governo cria uma Estranha Comissão para Fechar Unidades e Cursos da UEG. Essa Comissão contou com a participação de 05 órgãos: SECTEC, FAPEG, CASA CIVIL, CEE e UEG. A criação dessa comissão foi uma afronta à LDB (Lei Federal Nº 9.394/96). De acordo com o Inciso I do Art. 53 da LDB somente as Universidades podem propor a criação e o fechamento de cursos em sua sede. O mais lamentável foi que o CEE – Conselho Estadual de Educação que deveria zelar pelo cumprimento da LDB aceitou participar dessa Comissão ILEGAL.
Setembro – Decidido a cassar o mandato do Reitor eleito e de 30 Diretores eleitos de Unidades da UEG, o governo, por meio da SEGPLAN e CGE, elaborou SECRETAMENTE um novo Estatuto para a UEG na vã tentativa de criar uma base jurídica para executar as suas ilegalidades. Em 16 de setembro o Diário Oficial do Estado de Goiás publicou na íntegra o novo Estatuto da UEG por meio do Decreto Nº 7.441, de 08 de Setembro de 2011. Esse novo Estatuto é ILEGAL porque de acordo com o Inciso V do Art. 53 da LDB somente as Universidades podem elaborar ou reformar seus Estatutos.
VEJA OS 30 CURSOS QUE ESSA COMISSÃO ILEGAL QUER FECHAR NA UEG: Goiânia (Laranjeiras): Tecnologia em Gestão da Beleza, Trindade: Tecnologia em Redes de Computadores, Crixás:Pedagogia, São Miguel do Araguaia: Letras e Pedagogia, Goiás: Tecnologia em Turismo, Itapuranga: Geografia, História, Letras e Ciências Biológicas, Jussara: História e Letras, Porangatu: Sistemas de Informação, Uruaçu: História e Pedagogia, Goianésia: Sistemas de Informação, Pedagogia, História, e Administração, Itaberaí: Pedagogia, Jaraguá: Pedagogia, São Luiz de Montes Belos: Letras e Pedagogia, Sanclerlândia: Licenciatura em Informática, Luziânia: Pedagogia, Mineiros: Tecnologia em Produção Sucroalcooleira, Morrinhos: Ciências Contábeis, Itumbiara: História, Pires do Rio:Tecnologia em Rede de Computadores, Silvânia: Administração
Resumo: O governo quer fechar esses cursos para cortar despesas. Nem os 2% do orçamento do estado que a UEG tem direito o governo cumpre. O Secretário Estadual da SECTEC vive difamando a UEG a toda hora dizendo que ela é a pior Universidade do Brasil, mas esquece de dizer que a UEG possui o pior orçamento do Brasil. E agora o governo, que não cumpre nem os 2% quer fechar esses cursos como forma de cortar gastos. Com isso muitos professores serão exonerados e a população dessas cidades ficará sem esses cursos.
ADUEG - ASSOCIAÇÃO DOS DOCENTES DA UEG
Obrigada por comentário tão construtivo e por deixar os leitores interados do assunto! É exatamente isto que está acontecendo, não há despesas para serem cortadas, não há motivo para fechar a universidade, não há um porque válido. Deixar a sociedade sem um ensino superior é não querer deixar a população enxergar além das aparências. Querem exonerar os professores, cegar a população e fazer o que querem dos nossos direitos!
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