sexta-feira, dezembro 04, 2015

Carta para Tereza - II



Oi Tereza,

Como você está? já faz um tempo que não nos vemos. Lembro que tinha tentado várias vezes lhe falar sobre aquele assunto... mas não consegui, até que um dia sentei ao seu lado e lhe disse mais uma vez sobre o seu relacionamento. Lembra que fui passar uns dias em sua casa e nos dias que estava lá você passou a sair de casa e visitar outros parentes junto comigo. Eu sei que às vezes minha presença te incomoda, pois quero conversar sobre certas coisas e você não gosta e muitas vezes eu não entendo o tom de sua voz e fico com raiva, então encerramos por aí. Pelo menos o tempo que passei com você, serviu para você sair um pouco. Graças a Deus você conseguiu se levantar e reagir, saiba que estávamos empenhados nisso, digo estávamos pois falo de nós que te queremos bem.

Voltando aquele assunto, eu te contei algo sobre o seu relacionamento que já estava tentando falar há tempos. Claro, depois que eu falei, você achou que o que viram ou disseram ver, poderia não ser verdade. Você queria provas, fotos, datas, detalhes e eu tinha somente palavras, sinto, não sou uma detetive. Senti muito por ter te contato tudo o que me disseram, assim sem provas. A única coisa que queria era te abrir os olhos. 

Depois de conversar com você mais algumas vezes vi que o problema realmente estava em você. Sabe, ele podia dizer que não queria te ver conversando com seus amigos homens porque tinha certeza que eles te queriam ou mulheres porque na cabeça dele, te levariam pra outros caras ou trariam recados ou sei lá, e você acabou aceitando ou mediando. Ele poderia mentir sobre um monte de coisas, sobre praticamente tudo... mas o problema estava em você saber, às vezes descobrir e simplesmente rir. Nunca te passou pela cabeça que ele poderia não estar mentindo somente para os amigos dele, familiares ou pra você em algumas coisas, mas poderia estar mentindo em muitas outras coisas? 

Ele nunca te proibiu de sair, de se divertir, mas sempre que você saía até pra ir visitar sua amiga sem dizer a ele, o que ele fazia sempre era ir atrás de você para saber o que você estava fazendo. E nessas horas era grosso com você e tinha ataques de ciúmes. E você aceitava o fato dele ter a liberdade de sair para todos os lugares e falar com quem quisesse, talvez só não com algumas pessoas que você proibira por "descontar" o que ele fazia. Tudo isso você me contava. Será que isso justifica o porquê você não gosta mais de sair?. E para passear os dois quantas vezes vocês brigavam quando saiam para se divertir? Muitas. E quantas vezes você achava entediante sair para os mesmos lugares e o fato dele não saber conversar com você? Muitas. Depois dessas atitudes você perdeu a vontade de sair para outros lugares. Ele teve ou não teve certa influência nisso? Sozinha ele ia atrás e não tinha liberdade, acompanhada era um terror.

Sabe quando você ler essa carta, me mande respostas, a última você não me respondeu. Foi bom ter ido ficar com você alguns dias para conversarmos pessoalmente, mesmo que poucas vezes. Não fique com raiva de mim... eu sofro com toda essa situação, só quero poder ajudar, te fazer refletir e não me perdoaria se eu não te dissesse nada. Saiba que te amo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Para que o crescimento de quem escreve seja constante, comente. Converse com o autor.