quarta-feira, fevereiro 01, 2012

Dicas da Semana - 29/01 a 04/02

No meu post anterior, comecei a comentar sobre filmes que participaram do Oscar, e nessa semana, resolvi dar uma atenção maior as "películas brazucas". E na primeira parte comentei sobre 2 filmes: O Beijo da Mulher-Aranha e O Quatrilho.

Nesta segunda parte vou falar sobre mais 3 filmes: O Que É Isso, Companheiro?; Central do Brasil e Cidade de Deus.

Filmes Nacionais - Parte 2


O Que É Isso, Companheiro? (1997)


Título original: (O Que É Isso, Companheiro?)
Lançamento: 1997 (Brasil)
Direção: Bruno Barreto
Atores: Alan Arkin, Fernanda Torres, Pedro Cardoso, Luiz Fernando Guimarães.
Duração: 105 min
Gênero: Drama

Sinopse:

Em 1964, um golpe militar derruba o governo democrático brasileiro e, após alguns anos de manifestações políticas, é promulgado em dezembro de 1968 o Ato Constitucional nº 5, que nada mais era que o golpe dentro do golpe, pois acabava com a liberdade de imprensa e os direitos civis. Neste período vários estudantes abraçam a luta armada, entrando na clandestinidade, e em 1969 militantes do MR-8 elaboram um plano para seqüestrar o embaixador dos Estados Unidos (Alan Arkin) para trocá-lo por prisioneiros políticos, que eram torturados nos porões da ditadura.

Opnião:

Das produções da nacionais que falarei aqui, esse é o meu preferido, mas não é só por isso que vou recomendá-lo, é simplesmente pelo motivo de ser um filme completo em todos os sentidos, cenário, figurino, trilha sonora, maquiagem, direção, elenco. Tudo muito bem feito e bem trabalhado! Tanto que na época teve um orçamento de R$ 4,5 milhões, o que naquela época (1997), era muita grana investida num filme, quando falamos em cinema nacional. Outra coisa curiosa é que Luiz Fernando Guimarães, Fernanda Torres e Pedro Cardoso são mais conhecidos por aqui pelas sitcoms da TV como TV Pirata, Os Normais, A Grande Família. Porém, tiveram ótima atuação nesse drama, destaque para Pedro Cardoso.
O filme também mostra para quem não viveu a época, como funcionavam as coisas durante a Ditadura Militar dos anos 60 e 70. Torna-se uma aula de história, um documentário, por vezes é um filme de ação! Ou seja, uma produção que prenderá a atenção de todos que a vejam, e que injustamente perdeu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, foi lançado nos EUA com o título de "Four Days in September", fez um relativo sucesso e lançou Bruno Barreto ao cinema americano. É baseado em livro homônimo de Fernando Gabeira lançado em 1979.


Classificação: @@@@




Central do Brasil (1998)


Título original: (Central do Brasil)
Lançamento: 1998 (Brasil)
Direção: Walter Salles
Atores: Fernanda Montenegro, Vinícius de Oliveira, Soia Lira, Othon Bastos.
Duração: 112 min
Gênero: Drama

Sinopse:

Mulher (Fernanda Montenegro) que escreve cartas para analfabetos na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro, ajuda menino (Vinícius de Oliveira), após sua mãe ser atropelada, a tentar encontrar o pai que nunca conheceu, no interior do Nordeste.

Opnião:

Realmente Walter Salles deitou depois do retorno que obteve com o seu "Central do Brasil", um filme tocante que mostra como o valor da amizade nos ajuda a mudarmos para melhor. Este filme também relata um Brasil de analfabetos, um país esquecido no meio do sertão nordestino. E curioso notar como ainda na época de produção do filme, a carta era muito utilizada como meio de comunicação, diferentemente de hoje com a acessibilidade a internet, celular... Ao lado de Cidade de Deus, foi a produção com maior prestígio mundial, quando falamos do nosso cinema nos últimos 20 anos. Conquistou prêmios importantes como Globo de Ouro e BAFTA, além de ser indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz para Fernanda Montenegro (um feito inédito para latino-americanos até então), infelizmente tinha um "A Vida é Bela" em seu caminho (um senhor filme diga-se de passagem) para lhe tirar a estatueta.
Realmente o filme nos choca e emociona a cada cena, a cada fotografia de uma realidade muito próxima a todos nós, a mudança da personagem Dora ao longo da trama. Uma atuação de tirar o chapéu de Fernanda Montenegro e uma grande revelação chamada Vinícius de Oliveira, que era engraxate até ser descoberto por Walter Salles. Teve um orçamento de R$ 2,9 milhões e recebeu cerca de 15 prêmios pelo mundo.


Classificação: @@@@@





Cidade de Deus (2002)


Título original: (Cidade de Deus)
Lançamento: 2002 (Brasil)
Direção: Fernando Meirelles
Atores: Matheus Nachtergaele, Seu Jorge, Alexandre Rodrigues, Leandro Firmino da Hora.
Duração: 135 min
Gênero: Drama

Sinopse:

Buscapé (Alexandre Rodrigues) é um jovem pobre, negro e muito sensível, que cresce em um universo de muita violência. Buscapé vive na Cidade de Deus, favela carioca conhecida por ser um dos locais mais violentos da cidade. Amedrontado com a possibilidade de se tornar um bandido, Buscapé acaba sendo salvo de seu destino por causa de seu talento como fotógrafo, o qual permite que siga carreira na profissão. É através de seu olhar atrás da câmera que Buscapé analisa o dia-a-dia da favela onde vive, onde a violência aparenta ser infinita.

Opnião:

Adaptado do livro homônimo de Paulo Lins, cujo roteiro foi escrito pelo estreante Bráulio Mantovani, "Cidade de Deus" tem por objetivo mostrar não apenas a história da favela que dá nome ao filme, mas também debater o porquê da escalada da violência no local. O filme possui uma clara divisão em três fases, todas interligadas através dos olhos de Buscapé, morador local que reluta em seguir a vida criminosa e serve como testemunha da história do bairro.
Entretanto, todo o estilo visual implantado por Meirelles de pouco adiantaria se o filme não recebesse uma valiosa contribuição: a atuação do elenco. Formado principalmente por atores até então amadores, trabalhados pela co-diretora Kátia Lund e selecionados nas próprias favelas cariocas, o elenco surpreende pela excelente atuação de alguns de seus integrantes.
A verdade é que Cidade de Deus é um filme que incomoda, pelo fato de grande parte do exibido em cena ser real e estar ocorrendo próximo de nós, aqui mesmo no Brasil. O simples fato deste mesmo público ir ao cinema para assistir a um drama que fala sobre a violência no Brasil, quebrando o preconceito ainda existente contra filmes nacionais. Trata-se de um filme que merece ser comemorado e nomeado como um dos principais longa-metragens da atual fase do cinema brasileiro. Consagrado no Festival de Cannes e indicado para o Oscar em quatro categorias.



Classificação: @@@@@





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